3 Janeiro, 2010

estado em que se encontra este blogue

Posted in ao molho às 22:36 por catarinia

2009 foi assim, nas nuvens. Cheio de coisas boas, experiências novas e muito muito feliz, feliz como eu já nunca pensaria que poderia vir a ser – 2009 ou qualquer outro ano. Todos os dias tenho medo de acordar de um sonho.

Posso sempre desejar que 2010 seja ainda melhor, mas quase me parece um sacrilégio. Este blogue está em estado de graça!

Feliz Ano Novo para todos os Amiguinhos! E leitores desgovernados que por aqui passem.

6 Junho, 2009

home, at last!

Posted in McCatherine às 00:54 por catarinia

redcarpet

Finalmente algum tempo para disfrutar a casa nova. Malas, agora só daqui a um mês – as férias! O que é sempre muuuuito bom.

25 Abril, 2009

25 de Abril, Dia da Liberdade

Posted in causas às 09:38 por catarinia

25 de Abril, 1974

25 de Abril, 1974

Hoje senti a falta de acordar com foguetes. Feliz Dia da Liberdade!

23 Abril, 2009

humor britânico

Posted in McCatherine às 02:57 por catarinia

– O meu quarto não tem janelas… Tens janela?
– Também não, mas olha aqui:

«Should you wish to view the weather there is a live webcam on channel 6»

in Guest Guide, o nosso hotel de ontem.

dois dias a correr

Posted in McCatherine às 02:52 por catarinia

Terça-feira:

O despertador não cumpre o seu propósito: é tarde, a correr para o Lab. Acabar um trabalho a correr, almoçar a correr em frente ao computador (se isto for contagioso estou tramada, prometo que não volta a contecer), enquanto mando uns mails a correr. A correr para o táxi.

Aeroporto – Manchester (cada vez gosto menos de voar, e de aviões pequenos que parecem uma carripana sem suspensão numa estrada esburacada, e de viagens pequenas em que ainda mal recuperei da descolagem e já aí vem a aterragem) – a correr para o comboio – Liverpool.

Duas alminhas que ganham a vida a trabalhar com mapas e nenhum se consegue aperceber quando um mapa se apresenta com a orientação errada – a correr para o hotel pelo caminho 10 vezes mais comprido.

Damos com o hotel num beco duvidoso. O Liverpool joga em casa com o Arsenal, a recepção está à pinha de gente vestida de vermelho – e a senhora a correr atrás do balcão, cansa só de olhar. O sítio é um labirinto – seria de esperar algum sentido de orientação de duas alminhas que ganham a vida a trabalhar com mapas, mas perdemo-nos três vezes nos corredores.

Chega o terceiro elemento e vamos a correr jantar, antes que feche tudo. Há um restaurante francês logo na esquina com ar apetitoso e preços aceitáveis – finalmente, um sítio onde ninguém anda a correr! Jantar calminho ao som de Édith Piaf, regado com um tinto decente e “Posso sugerir o nosso finíssimo crème brulée?”. Pode com certeza, vamos lá experimentar. Um embuste! Nem finíssimo nem sequer creme – se forem todos assim, mil vezes leite creme! (Resquícios de sopeira patriota em mim? Será?)

De volta ao labirinto, encontramos por acaso uma sala de jogos. Uma mini-sala (olha eu a tocar no tecto) com uma mini-mesa de snooker onde as bolas são todas vermelhas ou amarelas – é claro que aqui também o snooker tinha que ser diferente do resto do mundo. Olha eu a ser tão má no british snooker como no american snooker (porque afinal o resto do mundo não joga). E entretanto é tardíssimo – dormir a correr.

Quarta feira:

A Universidade é já ali ao lado. Como não sabemos exactamente onde vai ser a conferência, é melhor irmos um bocadinho mais cedo. Voltas e voltas à procura da Casa Nâo Sei Quê, que não é nenhuma delas – e o sítio parece uma cidade fantasma, ninguém à vista para pedir indicações. Quando finalmente nos cruzamos com alguém, afinal a Casa Nâo Sei Quê faz parte da Universidade mas não é no campus. E como entretanto já é tarde, a correr para a conferência. No fim da rua: Café Porto, Portuguese Restaurant. Oh… Podíamos ter vindo jantar antes aqui, se calhar até havia leite creme! McCatherine colada à montra e ao menu qual pega-monstro, a salivar por um prato de sardinhas assadas às 9 da manhã. E a correr para a conferência.

Manhã inteira de palestras. Almoçar a correr, porque a reunião vai atrasada – eu nem acredito que há sardinhas a serem assadas neste preciso momento mesmo aqui ao lado, e eu estou a engolir uma sandes à pressa! Tarde inteira de palestras (tudo interessantíssimo, mas e as sardinhas… recuso-me a assumir a sopeira patriota, mas tinham sabido tãããããoooo bem!)

Cinco da tarde – a correr para o comboio – Manchester – a correr para o terminal que não se quer deixar encontrar (o que é que se passa com esta gente dos mapas, que parece incapaz de dar com um caminho?) Jantar a correr, correr para o avião – taxi – Aberdeen.

Tudo em 36 horas. Que estafa! E agora tenho uma semana inteirinha até voltar a bater o record. Não tem piada nenhuma viajar assim.

17 Abril, 2009

só coisas que m’atormentam

Posted in desabafos, McCatherine, musicalidades às 21:39 por catarinia

O meu modem, para além de ser esta coisa pouco mais que imprestável que só funciona colado à janela – e quando muito bem lhe apetece! – também pensa que está em Manchester.

Então e isso atormenta-te porquê, catarinia?

Atormenta-me! Pois claro que m’atormenta! Porque cada vez que entro na Last.fm lá estão um monte de concertos todos apetitosos a que eu queria imenso ir. Todos em Manchester! Ainda ontem era o Andrew Bird e o Antony and the Johnsons… E hoje o Morrisey. Todos como que a dizerem “Olha nós a caminho de Manchester, onde o teu modem pensa que mora. Mas nem nos aproximamos de Aberdeen. Vives no fim do mundo, tótó!”

Oh, não pode ser assim tão mau… Então e em Aberdeen não se passa nada?

Pffff! Não vamos falar sobre isso.

15 Abril, 2009

efeito emigrante (ler isto com sotaque. qualquer sotaque.)

Posted in McCatherine às 23:10 por catarinia

Hoje torci pelo Porto. Para ser mais precisa: hoje desloquei-me para torcer pelo Porto.

Sim, o Fê Cuê Pê.

12 Abril, 2009

Kiva.org e Elvie Sentorias

Posted in causas às 16:29 por catarinia

www.kiva.org

Já há algum tempo que tinha decidido que, quando recebesse o meu primeiro ordenado digno desse nome, faria o meu primeiro empréstimo com a Kiva.

A Kiva é uma organização que promove o microcrédito e o combate à pobreza: trabalha com uma série de parceiros que, em contacto com comunidades locais empobrecidas, seleccionam pessoas que têm necessidade de recorrer ao microcrédito para fazer crescer os seus pequenos negócios e melhorar o seu nível de vida. E possibilita que qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, possa contribuir com um pequeno empréstimo.

Ontem foi o dia. Passei algumas horas no site, a ler histórias, a tentar decidir a quem emprestar. Tinha à partida estabelecido um critério: queria que fosse uma mulher, e queria também que fosse uma actividade ligada à pesca, numa comunidade piscatória. Mas são tantas as histórias e tantas as realidades diferentes, que estive várias vezes à beira de mandar o critério às urtigas e fazer até mais que um empréstimo.

A escolha foi difícil, mas acabei por me decidir pela Elvie Sentorias. A Elvie e a família precisam de 325 dólares para ampliar o seu negócio e planeiam pagar o empréstimo ao longo dos próximos 15 meses. Com os meus $25 (pouco mais de £17) tinham já ultrapassado metade da quantia que pretendiam.

elvie_sentorias

Mrs. Elvie Sentorias, 40 years of age, is married and lives in Eastern Looc, Plaridel, Misamis Occidental. With their simple abode near the seashore, she works hard to support her family with buying and selling fish and other seafood. Her husband, who is a fisherman, and all her six children help one another make a living.

Close family ties motivate the couple to survive. They applied to Paglaum for a loan in the amount of PHP 15,000 to finance their fishing business.

Elvie desires to send all her children to school with Paglaum MPC as her financing partner.

Hoje voltei ao site para espreitar o andamento do mealheiro da Elvie – e o empréstimo estava já completo. Fiquei contente! 🙂

6 Abril, 2009

Abril é mês de prevenção contra o Genocídio

Posted in causas às 22:35 por catarinia

gpm_banner

No mês de Abril, assinalam-se datas importantes em seis genocídios:

  1. 6 de Abril, 1992 – Bósnia & Herzegovina
  2. 7 de Abril, 1994 – Rwanda
  3. 17 de Abril, 1975 – Cambodja
  4. 19 de Abril, 2003 – Darfur
  5. 21 de Abril – Holocaust Remembrance Day
  6. 24 de Abril, 1919 – Arménia

Seis genocídios, quando só um teria sido demais.

Sobreviventes de todos estes actos de estupidez e insanidade, juntaram-se em torno do Mês de Prevenção contra o Genocídio.

This April, we – survivors of genocide and mass atrocities, their descendants, and anti-genocide advocates – will honor those who were lost and those who survived.  And we will urge immediate action to stop the ongoing Darfur genocide.

Our collective voices will remind the international community to make its commitment to mass atrocity prevention absolute.  Until we do, we are destined to repeat the most shameful chapters in human history.

Eu junto-me a eles, fazendo o pouquinho que posso aqui no Universo: falando no assunto. Mas há mais ideias, em 30 Things You Can Do During Genocide Prevention Month.

A primeira pode ser começar já por ir espreitar The Last Survivor.

1 Abril, 2009

McCatherine goes Highlander

Posted in McCatherine às 01:16 por catarinia

Ruinas do Ardvereck Castle, Loch Assynt

Ruinas do Ardvereck Castle, Loch Assynt

Na semana passada fui fazer amostragem em lota. A primeira ideia que surge quando se fala em ir para o mercado, é o frio: horas e horas num frigorífico, enfiada num fato teletubby e com dois blocos de gelo no lugar dos pés (e das mãos, das orelhas, do nariz…). Depois é o peixe e a sua fragrância pestilenta, que se entranha e nos persegue para onde quer vamos (e que acaba por incomodar muito mais quem nos rodeia – é uma boa maneira de arranjar uma cadeira e muito espaço à volta!). E por fim, é Peterhead: já aqui ao lado a pouco mais de meia hora de caminho e não particularmente interessante.

Perante isto é quase estranho que eu estivesse tão entusiasmada – mas estava!

Então e calhou-me isto tudo? Calhou sim senhores – também. Porque também me calhou uma viagem lindíssima! Mudança de planos à última hora: afinal vamos começar a semana na costa Oeste – importas-te? Importar-me, eu?! Claro que não!

Maneiras que saímos de Aberdeen na segunda-feira de manhãzinha, eu e o fishy partner, rumo a Kinlochbervie, na ponta mais a Noroeste da Escócia. Finalmente, as Highlands a sério! As inóspitas, agrestes e impressionantes terras do Norte. Uma sucessão de montes de picos nevados, completamente despidos e envoltos na bruma, serpenteados de água por todos os lados.

"Out here, every tree is a loner" (Owen Goudie)

"Out here every tree is a loner" (Owen Goudie)

Fizemos o caminho a lutar contra uma ventania medonha e debaixo de nevoeiro, chuva, granizo e a ocasional janelinha de sol. Só faltou o highlander gigante e barbudo, embrulhado em tartan e a tocar gaita de foles em cima de um monte, para o cenário estar completo e parecer saído de um filme.

Mas não, as pessoas não são as principais habitantes destas paragens – acredito que também muito devido às condições naturais, mas principalmente por razões históricas: a dada altura as pessoas foram simplesmente expulsas da terra e substituídas por ovelhas, nas chamadas Highland Clearances. Kilómetros e kilómetros sem se ver vivalma, mas ovelhas há-as por todo o lado.

Chegados finalmente a Kinlochbervie (e depois de devidamente alimentados, não me podia ter calhado melhor parceiro!) o meu primeiro contacto com uma lota escocesa, onde dois cientistas se movimentam à vontade para medir e retirar otólitos ao peixinho, e um sósia do David Attenborough (de chapéu à explorador e tudo!) faz o leilão como deve de ser – a subir. E aos berros.

Depois de um serão à conversa à volta da lareira e de uma Guinness, no dia seguinte fizémos o caminho de volta. Com menos pressa, menos vento e menos chuva, fomos parando para apreciar a paisagem. Não se vê ninguém, não se ouve nada, é uma sensação verdadeiramente impressionante. Depois de uma curva aparece Ullapool, um aglomerado de casinhas brancas e mastros de barquitos à beira do Loch Broom, pequeno reduto de civilização no meio de nenhures. E um bocadinho mais à frente, fazemos um desvio e descemos ao Corrieshalloch Gorge e às Falls of Measach, uma queda de água de 46 metros que cortou a montanha como uma faca – aqui, o barulho é ensurdecedor!

Corrieshalloch Gorge e Falls of Measach

Corrieshalloch Gorge e Falls of Measach

De volta à estrada e ao caminho para o trabalho, a próxima paragem foi mesmo Peterhead que, confirma-se, não tem grande interesse: cidadezinha pequenita e feiosa que vive à volta do porto de pesca e do mercado de peixe – ou então fomos só nós, o que também é possível. Ainda fomos um dia até Fraserburgh – aplicar aqui a mesma descrição, mas adicionar um bocadinho mais de pequenita e uma quantidade razoável de feiosa – para amostrar vieiras, mas basicamente o resto da semana foi passado no mercado entre o peixe e no escritório entre os otólitos. No entanto, duas coisas importantes a assinalar: vi um bacalhau do meu tamanho e vários com mais de um metro, o que me deixou profundamente triste – bichos deste tamanho não se deviam deixar pescar; e vi, finalmente, as focas – começava a pensar que me tinham mandado numa caça ao haggis, mas não. Elas existem mesmo!

E continuo a achar que, saindo de Aberdeen, a Escócia é um país lindíssimo.

18 Março, 2009

quero um teletransporte, já!

Posted in ervilhinha às 21:28 por catarinia

Hoje, a afilhada mais linda do mundo – e também a mais talentosa e docinha e amorosa que, está bem de ver, é a minha – faz anos: 5 anos!

E eu a alguns milhares de kilómetros, que hoje parecem ser do outro lado do mundo, na outra ponta do Universo. Hoje, pela primeira vez, só lá pude estar durante o curto espaço de tempo, o nadinha que dura um telefonema.

E eu a dar os parabéns e muitos muitos muitos beijinhos, e ela a contar-me da festa na escola, e dos amiguinhos, e do bolo da Kitty, e da educadora que se esqueceu das velas; e eu a dizer que tenho um camião de saudades e ela que tem um ainda maior, e depois a despachar-me como quem tem imenso que brincar.

E eu a querer largar tudo e largar a correr, a querer estar lá, agora, já. Que um telefonema não sabe a nada para quem quer um abracinho apertado.

2 Março, 2009

it was oh so quiet

Posted in ao molho, McCatherine às 00:58 por catarinia

E de repente, acordaram todas!

O raio das gaivotas (gigantes, estes bichos!) andam doidas, numa chinfrineira medonha que não se aguenta. Um desassossego. Diz que é a Primavera e o tempo a ficar melhor e assim – o que é bom! Mas poça…

You blow a fuse.

25 Fevereiro, 2009

extra! extra!

Posted in blogosfera às 00:50 por catarinia

Arcaz da CorArcaz da Cor

Mamãe chegou à Blogosfera

22 Fevereiro, 2009

podemos voltar à normalidade, por favor?

Posted in ao molho às 02:00 por catarinia

Café Aliança, Faro. Fotografia de Eddie Gerald, dkimages

Café Aliança, Faro (Eddie Gerald © Rough Guides)

Acabei de ler, não sem algum espanto:

Tribunal ordena despejo de um dos mais antigos cafés da Baixa de Faro

Fechou o Aliança, portanto.

Não percebo: uma pessoa vira costas por um bocadinho, e desatam a fechar instituições que julgava inabaláveis – primeiro é Os Artistas que só abre metade da semana, e agora é o Aliança que não abre, de todo. O património cultural farense fica mais pobre, de dia para dia.

A Câmara frisou que, “por diligências anteriormente efectuadas junto do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), no âmbito do processo de classificação do Café Aliança, foi decidido que, além do edifício, todo o património de relevância cultural nele presente seria alvo de classificação”.

(…)

“Com esta posição o município quis garantir que a memória do café Aliança, assim como o seu recheio, constituído em muitos aspectos por peças únicas e de indiscutível valor cultural, fiquem, protegidos enquanto referência histórica e cultural da cidade, independentemente das questões judiciais entre o proprietário e inquilino”.

Pois esperemos que sim. Porque o Aliança não é só um café centenário com uma enorme herança cultural – é também muito bonito. E, apesar de eu não ser nenhuma Marguerite Yourcenar nem nenhuma Simone de Beauvoir (e muito menos um António Aleixo ou um Fernando Pessoa, por acrescida divergência de género) também tenho as minhas memórias do (e no) Café Aliança.

É um sítio que eu gosto muito e quero-o de volta! Espero que reabra brevemente.

20 Fevereiro, 2009

ôh, balancinho bom!

Posted in musicalidades às 00:02 por catarinia

tz_eabTom Zé, Estudando a Bossa (Novembro, 2008)

A ouvir em loop, esta pequena maravilha. Bada-badi, bada-badá, biom-bom. Muito bom!

Tom Zé – O Céu Desabou

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